
O Tribunal do Júri é um dos pilares do sistema democrático de justiça criminal no Brasil. Previsto na Constituição Federal (artigo 5º, inciso XXXVIII), é competente para julgar os crimes dolosos contra a vida, como homicídio, infanticídio, aborto e instigação ou auxílio ao suicídio.
Por envolver um corpo de jurados leigos e um ritual processual específico, garantir um julgamento justo no Tribunal do Júri exige uma atuação técnica cuidadosa, respeito às garantias fundamentais e a observância das regras que regem o procedimento.
Neste artigo, você entenderá como assegurar um julgamento justo, tanto do ponto de vista da defesa quanto da acusação, além dos direitos que devem ser rigorosamente respeitados.
1. Respeito ao Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
- Contraditório (Art. 5º, LV, CF): as partes devem ter igual oportunidade de se manifestar sobre todas as provas e atos do processo.
- Ampla defesa: o acusado deve ter assegurado o direito a defesa técnica (advogado) e autodefesa (direito de falar por si mesmo).
👉 Um julgamento não é justo se uma das partes não puder participar ativamente da formação da convicção dos jurados.
2. Direito a um Advogado de Defesa Competente
A atuação da defesa técnica é crucial:
- Deve ser independente e livre de pressões.
- Deve preparar uma estratégia sólida de defesa, explorando teses jurídicas, probatórias e retóricas.
- Deve garantir que o réu compreenda o procedimento e as consequências das decisões.
👉 No caso de não haver advogado constituído, a Defensoria Pública deve atuar com a mesma qualidade e zelo.
3. Escolha Imparcial dos Jurados
A composição do Conselho de Sentença (7 jurados sorteados) deve observar:
- Sorteio transparente;
- Possibilidade de recusar jurados suspeitos (recusa motivada ou recusas imotivadas previstas no CPP);
- Impedimento de interferências políticas ou ideológicas no sorteio.
👉 A defesa e a acusação devem estar atentas para afastar jurados parciais ou com envolvimento com as partes.
4. Regularidade na Instrução Criminal
Antes do julgamento pelo júri, o processo passa por uma fase de instrução na 1ª fase do procedimento do Júri:
- Coleta de provas em audiência (interrogatório, oitiva de testemunhas, perícias).
- Garantia de que somente provas lícitas e submetidas ao contraditório sejam levadas ao Tribunal do Júri.
👉 Provas ilícitas ou contaminadas não devem influenciar o julgamento.
5. Controle da Produção Probatória em Plenário
No Plenário do Júri:
- Apenas provas constantes dos autos podem ser utilizadas.
- Não é permitido apresentar novas provas-surpresa.
- A defesa deve estar atenta para impugnar irregularidades no uso das provas.
👉 O uso ético e leal das provas é essencial para proteger a integridade do julgamento.
6. Discurso Ético e Leal das Partes
- Promotor e advogado devem respeitar limites éticos nas suas sustentações.
- Não podem manipular emoções de forma abusiva ou apelar para preconceitos.
- A defesa deve reagir imediatamente a discursos que contrariem a legalidade ou o respeito à dignidade do acusado.
👉 Jurados são leigos e podem ser mais suscetíveis a manipulações — por isso o juiz presidente deve coibir excessos retóricos.
7. Orientação Clara aos Jurados
O juiz presidente deve:
- Ler de forma clara os quesitos que os jurados irão responder;
- Explicar o significado jurídico de cada quesito;
- Advertir os jurados de que devem julgar apenas com base nas provas dos autos.
👉 Instruções confusas ou tendenciosas podem comprometer a legalidade do veredicto.
8. Controle do Tempo de Sustentações
- Defesa e acusação têm direito a tempo igual para suas sustentações.
- O juiz deve garantir paridade de armas, impedindo que uma das partes seja cerceada.
9. Garantia de Sigilo e Independência do Voto dos Jurados
- O voto dos jurados deve ser secreto e autônomo.
- Qualquer tentativa de pressão ou ameaça aos jurados é crime e deve ser apurada com rigor.
10. Direito de Apelar
Após o julgamento:
- O réu condenado tem direito a apelar da decisão;
- A apelação pode ocorrer por erro na condução do julgamento, violação de direitos fundamentais ou decisão manifestamente contrária às provas.
👉 Um sistema de revisão judicial robusto é essencial para corrigir eventuais injustiças do júri.
Conclusão
Garantir um julgamento justo no Tribunal do Júri depende da atuação responsável de todos os atores processuais:
✔ Respeito ao contraditório e ampla defesa;
✔ Escolha imparcial dos jurados;
✔ Regularidade da prova;
✔ Ética e lealdade nas sustentações;
✔ Instruções claras e corretas aos jurados;
✔ Direito de revisão da decisão.
Quando essas garantias são observadas, o júri popular cumpre seu papel democrático, julgando com justiça os crimes dolosos contra a vida.
Se você for réu no Tribunal do Júri, contar com um advogado criminalista especializado é a melhor forma de proteger seus direitos e assegurar um julgamento verdadeiramente justo.
A justiça está nos detalhes, e uma defesa bem preparada pode ser a diferença entre uma condenação injusta e a absolvição merecida.
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